A "Chatice"
Tenho como intenção expressar a minha opinião relativamente aos graves e vários problemas que pautam este setor utilizando um dos meus grandes defeitos – a frontalidade.
Penso que a base desta problemática está na falta de respeito e credibilidade social…não é atribuído, às entidades e profissionais do setor, qualquer estima para a obtenção da carta de condução.
Os candidatos a condutores sabem que para atingir o objetivo, a obtenção da carta de condução, têm de obrigatoriamente passar na “Chatice” da Escola de Condução que lhes oferece dois planos, que podem ser acumulativos:
Plano A – a observância da legislação na formação;
Plano B (em algumas escolas) – os “favorzinhos” na hora dos exames – aqui não me refiro somente aos grandes “focos” organizados e que têm sido descobertos mas também aos “favorzinhos” diários e constantes aquando os exames práticos que em meu entender são os que “minam” o setor.
Então vejamos, eu candidata a condutor, vou procurar a “Chatice” da Escola de Condução que me ofereça o Plano A com valores o mais baixo possível porque depois recorro ao Plano B para o objetivo ser atingido – ter a carta de condução!
Assim, para que me preocupar com uma formação rigorosa e exigente…para que procurar o saber- saber! Até se acredita que é “depois em casa que se aprende!”
Como é possível uma “valorização do profissional do ensino da condução” quando não é valorizado nem credível, o setor onde desempenham a sua função??
É urgente pensar no papel social que desempenhamos…é urgente tornarmos relevantes neste grande feito para a vida de qualquer cidadão – obter a carta de condução.
Com um setor valorizado socialmente seria mais fácil a conquista de algumas “mais-valias” necessárias para o combate à “doença” económica que grande parte das “Chatice” das Escolas de Condução atravessa, e que se manifesta, primordialmente, na não observância dos direitos dos seus profissionais.
Com um setor valorizado socialmente é possível a conquista de uma tabela mínima obrigatória que vele os custos justos para uma formação eficiente (não é de todo possível agregar o Low Cost a este setor e tanto tem sido apregoado) …é possível conquistar a baixa de Iva que está a ser cobrado a um valor indigno (comparativamente a outros setores)…é possível conquistar o justo desconto na compra das viaturas e que outros ramos conquistaram...é possível impugnar alguns critérios legislativos na formação que são gafes graves e desajustadas…é possível…
Este é um caminho muito árduo…é muito difícil mudar mentalidades (enraizadas no setor e enraizadas socialmente) mas não é de todo impossível.
Simplesmente, não ser, “Chatice”.
Paula Rosas
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