O conto: “Bailar” intrujão!
Numa terra muito longínqua existia uma comunidade que tinha como principal objetivo pessoal “bailar” no Templo.
“Bailar” era o desejo da maior parte dessa comunidade. Não importava classe social, ser novo ou velho, ser homem ou mulher – somente importava atingir a maior idade e conseguir “bailar” no Templo.
Mas, “bailar” no Templo, não era tarefa fácil, existia uma prova efetuada por um Júri que aprovava ou reprovava a realização de tal desejo.
Para se preparar para tal prova, que se esperava rigorosa e imparcial, existiam escolas de bailado que preparavam as/os aspirantes a bailarinas/os e após uma formação, que se pretendia, rigorosa os submetiam a aprovação ou reprovação para a entrada no Templo.
A ansia de atingir tal desejo – “Bailar”- era desmedida, todas/os tentavam de uma forma rápida abarcar tal objetivo, não importava a formação nas escolas de bailado, não importava se estavam preparadas/os para “bailar” o que importava era a entrada no Templo o mais breve possível.
Contudo, o que fazer para que a prova de entrada no Templo fosse facilitadora(?), não tivesse o rigor desejado – as flores!!!
As flores tinham um valor desmesurado e alguém se lembrou – e se oferecêssemos flores nas escolas de bailado para nos submeterem mais rápido à realização da prova e em simultâneo se oferecêssemos flores ao Júri?
E, assim tudo ficou mais facilitado, a entrada no Templo dependia quase exclusivamente da oferta de flores, na escola de bailado e ao Júri, e quem não se dispusesse a tal oferta por melhor bailarina/o que fosse veria a sua entrada muito dificultada. Não importava a aptidão/capacidade, para “bailar”, isso deixou de ser avaliado.
O Templo ficou repleto de um “Bailar” intrujão, sem o rigor…sem harmonia…sem esplendor! As escolas, essas, ficaram repletas de flores, bem como o Júri, pareciam um grande jardim só de flores.
Todavia, o “Bailar” - ah!!!- o “Bailar” – tornou-se tão intrujão!!!!!
Paula Rosas
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