domingo, 22 de março de 2015

Quanto vale A Vida ao volante?




Quanto vale A Vida ao volante?


Segundo esta publicidade e muitas outras existentes a formação para a obtenção da carta de condução tem um valor de 250€ com tudo incluído que pode, conforme a descrição da publicidade, ser paga em 2xs/juros.

Não sei o que pensar?.....


Ora indignada….ora triste….ora revoltada…

Indignada
Com as escolas de condução que colocam este setor nesta banalidade de cartas de condução “low Cost”. Será possível ministrar uma boa formação “low Cost”?

Não importa as taxas obrigatórias, não importa os encargos mensais que as escolas de condução acarretam (renda, água, luz, vencimento, seguros, oficina,…), mas importa, saber se estes valores abrangem uma boa formação das aulas teóricas e das aulas práticas.

Creem em bons médicos, bons advogados, bons economistas… que tivessem adquirido o seu curso em universidades que praticassem propinas “low Cost”?

Pois bem eu acredito que tudo tem que ter um valor justo para ter qualidade!

As escolas de condução não produzem “cartas de condução”. Deveriam ter por missão prestar à sociedade um serviço responsável e educativo rodoviário de excelência, formando condutores seguros e conscientes, afinal não trabalhamos com números mas sim com A Vida.

Triste

Pela leviandade dos instruendos quando escolhem a escola de condução para a obtenção da carta de condução.

Típico do ser humano é mostrar ser/ter mais que o “outro”…melhor telemóvel…melhor computador…bons carros…roupa de marca…ténis de marca…

No entanto no que refere à carta de condução procuram o menor preço…o preço “low cost” sem se importarem qual a qualidade da formação ministrada. Ou seja, os bens materiais têm mais valor que A Vida.

- “Depois de sair da escola é que vou aprender.” – Quantas vezes já ouvimos isto? Vergonhoso (!!!) para quem tem ainda um parco de orgulho na profissão de instrutor de condução automóvel. Esta frase demonstra a insignificância que a Escola de Condução desempenha na sociedade e o respeito social que lhe é atribuído.

Revoltada

Com todas as entidades, públicas e privadas, responsáveis direta e indiretamente por este setor assistirem a toda esta trivialidade e nada fazerem ou fazerem de conta que fazem alguma coisa.

Mostram-se chocadas - muito bem - mas o que realmente é feito para travar toda esta comédia?

Enquanto brincamos ao faz de conta que estamos escandalizados com tudo isto, a sinistralidade rodoviária apresenta números “constrangedores” que refletem todo este despautério.



(ANSR, relatório da sinistralidade 2015)



De quem será a responsabilidade destas taxas de sinistralidade rodoviária?

Afinal, Quanto vale A Vida ao volante?


Paula Rosas