domingo, 27 de dezembro de 2015

A utopia


A utopia

No imaginário de qualquer pessoa existe um “país das maravilhas” onde tudo é perfeito e mágico. Em que a paz, a harmonia, o amor, a compreensão, a felicidade, a honestidade, a justiça…impera.
Esse “país das maravilhas” é a utopia e sonho de um lugar maravilhoso que ainda não tem lugar.
Não tem lugar hoje e muito dificilmente terá lugar amanhã, porque cada vez mais o “pais das maravilhas” é habitado por um crescente individualismo e ambição desmedida.

A utopia

O meu “pais das maravilhas” é a utopia de um lugar onde a justiça, a honestidade, a clareza reinam num espaço em que o valor é reconhecido na sua essência. 
No meu “país das maravilhas” a competência, a capacidade, o conhecimento e a aptidão são alcançados por mérito sem subterfúgios, sem “mezinhas”, sem facilitismos… os sonhos não são comprados…os sonhos são, simplesmente, sonhos vencidos!

A utopia

“A utopia está no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”. Eduardo Galeano.

E a caminhar continuarei acreditando ser possível que o meu sonho não seja simplesmente sonho…que a utopia seja vencida!! Que o meu “país das maravilhas” seja o sonho de muitas mais pessoas.



Paula Rosas

domingo, 13 de dezembro de 2015

(Des)valorizar - ensino de condução

 

 (Des)valorizar -  ensino de condução
Vivemos hoje, numa sociedade onde a crise de valores é cada vez mais evidente. Valores sociais (humanos, éticos e morais) fundamentais à convivência humana estão em decadência. O setor do ensino de condução automóvel, infelizmente, realça este grave problema social.  
As escolas de condução são o meio elegido para formar condutores. Cabe às Escolas de condução a responsabilidade da promoção de condutores seguros, no sentido pleno da palavra. O propósito das Escolas de Condução deverá ser formar condutores conscientes e capazes da própria segurança e da dos outros.
Se foi a sociedade que elegeu as Escolas de Condução para a formação de condutores é igualmente a sociedade que (des)valoriza esse papel social. (Des)valorização à qual se aclama com urgência legislação, pois de outra forma não será alcançada, que dignifique este setor de formação de condutores.
(Des)valorizar
(Des)valorização dos responsáveis públicos, direta e indiretamente, deste setor, ao qual inclui um vasto leque de entidades, assistirem a práticas concorrenciais duvidosas e nada fazerem.
O vale tudo… é a regra base do setor. Campanhas promocionais, de cartas de condução, com divulgação de preços muito abaixo do custo real acompanhadas por promessas de cartas em “1 mês” e ornamentadas por viaturas “gama alta” é a o apogeu do setor…estão ao dispor de apenas um clic no computador.
Como é possível preços que não cobrem o serviço prestado (e todos sabem que assim é!) da formação do condutor convergirem com viaturas de gama alta?? Depois assiste-se a notícias de práticas de corrupção no setor…qual a perplexidade?
Como é possível um assunto tão sério, como a formação de condutores, a segurança rodoviária - em que a sinistralidade rodoviária é um peso acrescido no PIB de qualquer país - ser negligenciado por quem tem o dever de o legislar de forma responsável e proteger os utentes rodoviários?
Urge a inclusão de tabelas de preços obrigatórias no regime jurídico do ensino de  condução, só assim será possível atingir a tão proclamada boa formação na legislação existente, condição imprescindível à segurança rodoviária.
(Des)valorizar
(Des)valorização de  alguns proprietários de Escolas de Condução que não se acanham dos meios para atingir os fins.
Uma empresa - como as escolas de condução com fins lucrativos - deve estar baseada em critérios como a sustentabilidade, que por sua vez, exige um alicerce de valores como a responsabilidade social, honestidade, transparência e o respeito. Somente, desta forma se pode prestar um serviço público - porque embora não nos seja atribuído, erradamente, prestamos um serviço publico! - que nos dignifique.
As Escolas de Condução não produzem “cartas de condução”, devem ter por missão a prestação de um serviço público responsável e educativo rodoviário de excelência, formando condutores seguros e conscientes.
(Des)valorizar
A segurança rodoviária requer uma valorização dos valores sociais como: Humanos, ou seja, ter consciência de que o ambiente rodoviário é de todos e para todos. O respeito pelo outro é fundamental para a partilha do ambiente rodoviário em segurança. Éticos e Morais que requerem uma reflexão sobre a sua ação, isto é, ser mais sensível e sensato das suas práticas. Consciencializar que as escolhas são fundamentais para o bem-estar social.
Valores estes que são fundamentais para “respeitar e venerar a Vida” dos utentes rodoviários! A nossa Vida.
(Des)valorizar!!!!!!!!!!!!!!
Paula Rosas


domingo, 22 de novembro de 2015

A Lágrima


A Lágrima brota…

O sorriso desvanece…


(ANSR – relatório anual de 2014)

Não são números…são vidas perdidas…sonhos desfeitos!

A Lágrima

Surge da irresponsabilidade…na sua maioria do comportamento infrator.
Surge da inconsciência…do que é… e pode ser…conduzir.
Surge da irreflexão…dos utentes rodoviários.
Surge do descuido… de todos.

A Lágrima

Da irresponsabilidade… dos “lapsos” no acto da condução. Não são reflexo do desconhecimento legislativo. São reflexo de leviandade, de falta de civismo, de falta de respeito e tolerância na partilha do ambiente rodoviário. Ao fator humano é atribuída a responsabilidade em 90% dos acidentes rodoviários.

Da inconsciência… de arriscar o seu bem-estar e o dos outros. A utilização massificada do automóvel aumentou exponencialmente as relações do fator humano, a sua mobilidade rodoviária é indissociável de uma interação social baseada numa cidadania rodoviária. O ambiente rodoviário é um espaço de interação social em que os utentes rodoviários se relacionam de acordo com regras de convivência, tolerância, solidariedade e respeito mútuo.

Da irreflexão…das consequências da sinistralidade rodoviária. Dos finais nefastos para toda a vida, das vítimas de acidentes e da família, que geram uma população de pessoas limitadas na sua plenitude física e psicologia.

Do descuido…de como encaramos esta doença social. Do descuido que ensombra a sinistralidade rodoviária, a falta de mestria daqueles que têm responsabilidade no setor e nada fazem. Do descuido daqueles que para obterem a carta de condução, procuram o facilitismo, o mais barato. Do descuido de valorizarmos a Vida. Do descuido de evitar…

A Lágrima
A segurança rodoviária tem de ser, em si, um testemunho rigoroso de comportamentos e atitudes responsáveis! Importa consciencializar que A Lágrima advém muitas vezes de escolhas e negligências que antecedem a sinistralidade rodoviária.

A Lágrima


Paula Rosas

domingo, 15 de novembro de 2015

Dia Mundial em Memória às Vitimas de transito




Em 2005, a Organização das Nações Unidas determinou que em todo o terceiro domingo do mês de Novembro fosse celebrado o Dia Mundial em Memória às Vitimas de Transito.

A sinistralidade rodoviária transformou-se numa doença social, das principais causas de morte, internamentos, tratamentos prolongados e incapacidades permanentes.

A responsabilidade da sinistralidade recai sobre o fator humano, segundo estudos, 90% dos acidente sucedem devido a falha humana. 

Torna-se urgente uma consciencialização sobre esta doença social.

Depende de cada um de nós alterar comportamentos e possibilitarmos a partilha do ambiente rodoviário em segurança. 


Paula Rosas

sábado, 31 de outubro de 2015

O fenómeno Low Cost (baixo custo)


O fenómeno Low Cost iniciou em 1966, com a companhia Southwest Airlines que atravessava uma crise financeira e apresentava prejuízos. Rollin King para combater esta crise implementou a ligação das três principais cidades do Texas: Dallas, San António e Houston a preços que fossem acessíveis, ficando conhecida como a companhia aérea do povo. (http://www.transportes-xxi.net/taereo/investigacao/lowcost)

O “modelo económico” Low Cost tem como principal característica a redução do custo, que segundo Sérgio Bastos, responsável pelo site Low Cost Portugal, “cobra apenas o produto base, aplica taxas pelos serviços extra dispensáveis e elimina o intermediário…”. Para José Veríssimo, professor de Marketing do Instituto Superior de Economia e Gestão “as empresas têm vindo a acrescentar benefícios adicionais aos seus produtos e serviços, aumentando o custo associado a estes. Graças ao low-cost, podemos voltar atrás e prescindir desses benefícios adicionais para adquirir apenas a essência do produto…”.

Este “modelo económico” expandiu-se a muitos outros setores como por exemplo hotelaria, seguros, ginásios, automóveis… e escolas de condução!!!

Atendendo às características deste modelo, questiono:

De que forma se pode obter uma carta de condução “low cost”? Que custos, estas escolas de condução, prescindem para praticarem preços “low cost”? 


Analisemos:

Nas taxas do Imt? – Não é possível.

Nos veículos de instrução? – Não me parece. 

Nos seguros? – São obrigatórios.

Na renda, na luz, na água, nos telefones? – Bem… aqui provavelmente. Escolas a funcionarem debaixo da ponte à luz de vela, sem necessidade de água e comunicação. - Ah! Também não é possível, a legislação define as características das instalações da escola e os equipamentos.

Nos vencimentos dos “colaboradores”? – Possivelmente… o Ser Humano não necessita alimentar-se, vestir-se, ter uma habitação, ir ao café, ter férias….

Na formação dos candidatos a condutores? – Não!!! Claramente, Não…Não!... Ninguém acredita que seja na formação! Os futuros condutores não elegeriam estas escolas… ou…será que se questionam quando fazem a sua opção? 


Escolas de Condução “LOW COST”!!!

A condução de um automóvel impõe que o condutor aprenda cerca de 40 tarefas principais e que desenvolva cerca de 1 500 subtarefas relacionadas com a ação (Ellingstad 1970 in IMTT 2010: 13).

A formação nas Escolas de Condução é o alicerce para um condutor seguro. Como em toda a aprendizagem, os futuros condutores precisam de adquirir conhecimento, adotar comportamentos e aptidões, de forma a desenvolverem competências. 


Será possível aplicar “LOW COST” a “tudo”?



Paula Rosas


domingo, 25 de outubro de 2015

O silêncio do grito!



O silêncio do grito!

Todos os dias “grito em silêncio”. Grito comigo e grito com os outros.


Grito comigo

Por não entender os parâmetros que se institucionalizaram como certos!

Por não ser “normal”, para o Hoje. Não ter capacidade de entender, o que erradamente, se tornou o “tradicional”…”habitual”…”normal”. 

Por não me deixar “ir na onda”… - como seria, tão, mais fácil!! 

Por não aceitar “o facilitismo” e teimar em querer que a competência, a sabedoria, a capacidade…seja o verdadeiro. 

Grito com os outros


Por não alcançarem o meu grito.

Por não considerarem o que deve ser valorizado.

Por não afrontarem os meios de atingir os “fins”.

Por não eliminarem o “tradicional”…”habitual”…”normal”.


Grito!!!!!!!
Paula Rosas

sexta-feira, 3 de abril de 2015

O "momento"...


Indicadores de desempenho


“Os exames de condução constituem um momento onde se pretende comprovar se a formação foi eficaz.” (IMT)

Um momentomomento… decisivo de avaliação da formação. 
Avaliação do candidato a condutor, da Escola de Condução e dos seus instrutores. 
Mas, de que forma é avaliado o “momento”?

Efetivamente deveria ser o “momento” de avaliar a formação conseguida do candidato a condutor, logo a qualidade da formação praticada pela Escola de Condução. Mas, como, se o “momento”, na grande maioria das vezes, depende do rigor (ou falta dele), da isenção (ou falta dela) e do humor do examinador. 

Rigor
Rigor, sempre desejável, prendido a critérios impostos por lei, no entanto aplicado mediante a individualidade do examinador que por sua vez está procedente da “particularidade”!

Isenção
Isenção do examinador…existe(?)…sim, existe…mediante a “particularidade”!

Humor
Humor é uma capacidade humana, que no “momento”, dependente da “particularidade”!

Como é possível “comprovar se a formação foi eficaz”, se a Escola de Condução tem qualidade de formação(!) - é o que tenta demonstrar os indicadores de desempenho - quando o “momento” está dependente da “particularidade”? E as escolas de condução alheias à “particularidade”?

A divulgação do desempenho das escolas de condução é uma tentativa, do IMT, de “clarear” este setor que está submerso numa imensa e antiga escuridão. Mas, lamentavelmente, parece-me que o efeito vai ser o oposto. O querer ficar bem na fotografia e a rotina da “particularidade” aumentará decerto o indicador de desempenho de uns, que é forjado e injusto relativamente a outros. 

A formação nas escolas de condução é de extrema importância para existência de condutores seguros e responsáveis. 

No entanto, os condutores seguros e responsáveis não dependem somente da formação nas escolas de condução. O “momento” é determinante!
Deve ser avaliado com responsabilidade, rigor e isenção. Para que os condutores que são aprovados, no “momento”, sejam realmente os tão desejados condutores seguros e responsáveis e não os que beneficiam da “particularidade”. 


Não é somente o “momento”….

Paula Rosas



domingo, 22 de março de 2015

Quanto vale A Vida ao volante?




Quanto vale A Vida ao volante?


Segundo esta publicidade e muitas outras existentes a formação para a obtenção da carta de condução tem um valor de 250€ com tudo incluído que pode, conforme a descrição da publicidade, ser paga em 2xs/juros.

Não sei o que pensar?.....


Ora indignada….ora triste….ora revoltada…

Indignada
Com as escolas de condução que colocam este setor nesta banalidade de cartas de condução “low Cost”. Será possível ministrar uma boa formação “low Cost”?

Não importa as taxas obrigatórias, não importa os encargos mensais que as escolas de condução acarretam (renda, água, luz, vencimento, seguros, oficina,…), mas importa, saber se estes valores abrangem uma boa formação das aulas teóricas e das aulas práticas.

Creem em bons médicos, bons advogados, bons economistas… que tivessem adquirido o seu curso em universidades que praticassem propinas “low Cost”?

Pois bem eu acredito que tudo tem que ter um valor justo para ter qualidade!

As escolas de condução não produzem “cartas de condução”. Deveriam ter por missão prestar à sociedade um serviço responsável e educativo rodoviário de excelência, formando condutores seguros e conscientes, afinal não trabalhamos com números mas sim com A Vida.

Triste

Pela leviandade dos instruendos quando escolhem a escola de condução para a obtenção da carta de condução.

Típico do ser humano é mostrar ser/ter mais que o “outro”…melhor telemóvel…melhor computador…bons carros…roupa de marca…ténis de marca…

No entanto no que refere à carta de condução procuram o menor preço…o preço “low cost” sem se importarem qual a qualidade da formação ministrada. Ou seja, os bens materiais têm mais valor que A Vida.

- “Depois de sair da escola é que vou aprender.” – Quantas vezes já ouvimos isto? Vergonhoso (!!!) para quem tem ainda um parco de orgulho na profissão de instrutor de condução automóvel. Esta frase demonstra a insignificância que a Escola de Condução desempenha na sociedade e o respeito social que lhe é atribuído.

Revoltada

Com todas as entidades, públicas e privadas, responsáveis direta e indiretamente por este setor assistirem a toda esta trivialidade e nada fazerem ou fazerem de conta que fazem alguma coisa.

Mostram-se chocadas - muito bem - mas o que realmente é feito para travar toda esta comédia?

Enquanto brincamos ao faz de conta que estamos escandalizados com tudo isto, a sinistralidade rodoviária apresenta números “constrangedores” que refletem todo este despautério.



(ANSR, relatório da sinistralidade 2015)



De quem será a responsabilidade destas taxas de sinistralidade rodoviária?

Afinal, Quanto vale A Vida ao volante?


Paula Rosas